Começa a minha grande amiga Manuela Barroso:
Se recordar é viver
enquanto o permite a vida
lembremos os nossos sonhos
de uma infância colorida
As nossas flores silvestres
hoje flores de canteiro
não têm o mesmo perfume
e contra o que é costume
não escolhem nascimento
são flores do ano inteiro
Mas o maio sempre chega
nas suas folhas brilhantes
e numa explosão de cores
são sempre as flores de dantes.
CONTINUO:
Quero lembrar-me dos sonhos 7) Como existe a aviação,
Da meninice feliz, E estufas por todo o lado
Quando vivia na aldeia Há flores o ano inteiro,
No quintal «Vila Beatriz». Mas com perfume « velado».
Havia um lindo jardim, E a Faculdade exige
Todo talhado à francesa, Que, por cá, continuemos.
Com vários tipos de flores Penso na aldeia, onde existem
Ou rasteiras, ou arbóreas. Os meus bonitos crisântemos.
E, no resto do terreno, Quando lá vou, de visita,
Que era todo ele uma horta Seja qual for a estação,
Havia aqui e acolá Há sempre tão lindas flores
Mal-me-queres, papoilas e, Quer seja inverno ou verão!
Miosótis bem azuis. É que elas têm sua época,
Muda o tempo e a floração.
O pior foi vir viver
Para uma grande cidade
Sonhava que ia ter
Lá, a mesma liberdade. Agora, volvidos anos,
Tudo se mantém igual
Embora houvesse na casa O mês de maio com lírios
Uma parte a cultivar, E rosas, em especial.
O certo é que ar conspurcado
Não permitia medrar Os perfumes são os mesmos
Poluição, lá, é menor
As flores vindas do campo, E encontramos, a esmos,
Por causa da poluição. Nossos cultivos de Amor.
E tudo perde o encanto!!!...
As plantinhas, aqui, crescem,
Mas demoram um tempão!
Beatriz de Bragança