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sexta-feira, 31 de maio de 2013

ONTEM (Dueto)


Começa a minha grande amiga Manuela Barroso:

Se recordar é viver
enquanto o permite a vida
lembremos os nossos sonhos
de uma infância colorida

As nossas flores silvestres
hoje flores de canteiro
não têm o mesmo perfume
e contra o que é costume
não escolhem nascimento
são flores do ano inteiro

Mas o maio sempre chega
nas suas folhas brilhantes
e numa explosão de cores
são sempre as flores de dantes.

CONTINUO:

Quero lembrar-me dos sonhos                                    7) Como existe a aviação, 
Da meninice feliz,                                                            E estufas por todo o lado
Quando vivia na aldeia                                                    Há flores o ano inteiro,
No quintal «Vila Beatriz».                                               Mas com perfume « velado».

Havia um lindo jardim,                                                    E a Faculdade exige
Todo talhado à francesa,                                                Que, por cá, continuemos.
Com vários tipos de flores                                              Penso na aldeia, onde existem                                
Ou rasteiras, ou arbóreas.                                              Os meus bonitos crisântemos.
                                                                                      
E, no resto do terreno,                                                   Quando lá vou, de visita,
Que era todo ele uma horta                                            Seja qual for a estação,
Havia aqui e acolá                                                          Há sempre tão lindas flores
Mal-me-queres, papoilas e,                                            Quer seja inverno ou verão!                      
Miosótis bem azuis.                                                        É que elas têm sua época,
                                                                                      Muda o tempo e a floração.
O pior foi vir viver                                                          
Para uma grande cidade                                                
Sonhava que ia ter                                                                                                                  
Lá, a mesma liberdade.                                                   Agora, volvidos anos,
                                                                                      Tudo se mantém igual
Embora houvesse na casa                                               O mês de maio com lírios
Uma parte a cultivar,                                                       E rosas, em especial.
O certo é que ar conspurcado                                        
Não permitia medrar                                                      Os perfumes são os mesmos
                                                                                      Poluição, lá, é menor
As flores vindas do campo,                                            E encontramos, a esmos,
Por causa da poluição.                                                   Nossos cultivos de Amor.
E tudo perde o encanto!!!...
As plantinhas, aqui, crescem,
Mas demoram um tempão!                                                      
                                                                                     
                               

Beatriz de Bragança

terça-feira, 28 de maio de 2013

DUETO

A grande Poetisa Manuela Barroso escreveu:

Fechaste bem dentro de ti
esse tesouro escondido
quando ao passar por aqui
vi como tinhas respondido.

Continuei:

Eu nunca quis esconder
Fosse o que fosse de ti
Mas, não podia prever
Que isto fosse acontecer:
Tu vires a desafiar-me
E eu a ousar responder.

Se achas que tenho um tesouro
Escondido dentro de mim,
Sinto-me muito feliz
Por o teres descoberto
E ele poder ter um fim.(leia-se, finalidade)


Beatriz de Bragança

terça-feira, 21 de maio de 2013

O QUE É A POESIA?

                                                   CEDIDO
«Que é pois essa realidade misteriosa a que chamamos poesia?(...) A poesia, no sentido objetivo(...) é, antes de mais, comunicação, estabelecida por meios linguísticos, de um conteúdo anímico global, no seu tríplice aspeto conceptual, afetivo e sensorial.» (Poesia e Linguagem Poética - Alguns problemas da sua pedagogia, páginas 25 e 26 - Estudos - Boletim do Ensino Secundário, Tipografia Bloco Gráfico,Lda.-Rua da Restauração, 387 - Porto - 1975)
Desde a antiguidade helénica que este assunto merece a atenção dos grandes espíritos. Platão e Aristóteles estudaram a Poesia, embora sob óticas diferentes. É sobretudo importante a «Poética» de Aristóteles, onde figura o estudo sobre metáforas, neologismos, a estrutura do poema,etc. Diógenes de Laércio atribui dois volumes à «Poética» - e nós hoje só possuímos um.

A «Poética» que nos resta, portanto, é uma obra incompleta.(...)
Em 1498, ela é traduzida por G. Valla; os Alde apresentam uma edição em 1508; e, no decurso do século XVI, aparecem, ainda, as edições de Paccius, de Nadius, de Robortellus, de Petrus Victorius e de outros. Contudo, só no século XIX é que se fez um exame penetrante ao texto da Poética, sendo digno de especial menção, neste trabalho, J. Vahlen. «As suas três edições sucessivas (Berlim,1867, 1874; Leipzig, 1885) constituem com o seu comentário crítico em Latim e os estudos que consagrou à interpretação da Poética, particularmente nas Memórias da Academia de Viena, um dos monumentos mais duradoiros da filologia do século XIX.» (Hardy, pág. 23 da Introdução à «Poetique» (Aristote) Coleção das Universidades de França. Esta Introdução precede o texto original da Poética). Este exame de Vahlen, como afinal todos os outros estudos críticos, foi suscitado, principalmente, pelo aparecimento de três manuscritos importantes: o Parisinus 1741, que data do século X ou XI; o Ricardianus 46(B), do século XIV; e, finalmente, a Versão Árabe, enquadrada entre os manuscritos do século X.
Também alguns editores ingleses, mormente no século XIX, contribuíram para a divulgação da Poética. Quanto aos editores italianos, avulta Rostagni.
A Poética foi escrita em Atenas, no espaço de tempo que vai do ano 335 a 323 a. C., segundo o comum sentir dos aurores.
Em Portugal, foi traduzida para vernáculo, em 1779.
Na sua obra, o Estagirita compara o poema ao ser vivo. A poesia faz parte das artes de imitação.(...)
Para uma obra de arte ser bela,exige o Estagirita «unidade de ação». Observa Aristóteles: - «Homero, superior em tudo o resto, viu muito bem este aspeto, graças ao seu conhecimento da arte ou ao seu génio: compondo a Odisseia, não contou todos os acontecimentos da vida de Ulisses; por exemplo, que recebeu uma ferida no Parnasso e que simulou loucura quando do ajuntamento dos gregos; acontecimentos em que um deles não devia, tendo sucedido o outro, necessária ou verosimilmente suceder; mas é à volta de uma ação única, no sentido em que nós o entendemos, que ele compôs a sua Odisseia, e também a sua Ilíada. É preciso, pois, que, como nas outras artes de imitação, a unidade de imitação resulte da unidade do objeto.

J.E.Santos - meu pai

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sinfonias-Tu e Eu





A minha grande amiga Manuela Barroso disse:

 
Os dias que constam
das tuas memórias
não são só saudades
são também verdades
que vão e que vêm
para nos saudar
como as ondas do mar.

Esquece passados
são minutos queimados
renascerão um dia
em primaveras floridas
no húmus da cinza
que é a nossa vida.
 

  Eu continuei:


Esquecer passados
É algo difícil,
Pois renascem sempre,
Vêm à superfície,
Numa primavera
Ou noutra estação.

 Mas a nossa vida,
Não será só cinza
Isso é o começo
E o fim também,
Mas há o PRESENTE,
Em que sou alguém.

 E esse PRESENTE
Chega, quem diria?!
Do nascer do sol
'Té ao fim do dia
Com raios brilhando
Em gotas d'orvalho.

 Com aves cantando
E núvens passando
Levadas p'lo vento
Sob um céu azul
Regatos correndo
De águas cristalinas

 E tanques com água
Onde vivem peixes.
Em cima,ramadas
De lindas glicínias
Umas todas brancas
E outras, lilases.

 E os seus olores
São inebriantes
Bem como o das rosas
E o dos jasmins
Junto a lindos campos
De belas papoilas.

 Também mal-me-queres
Giestas na encosta
Enfeitam veredas
De que a gente gosta
E ao pôr-do-sol
Que belas, as cores!

 Vão-se confundindo
Com outros cantares
Agora são grilos
E também cigarras
E as pintinhas verdes,
São dos pirilampos.

 Que belos os campos!
Da nossa infância
Sempre há sinfonia,
Aromas, encantos
E esse PRESENTE
Que é CADA DIA.

Beatriz Bragança

quinta-feira, 9 de maio de 2013

AVISO



Ao publicar o meu texto DESAFIANDO BARROSO, nao fui suficientemente explícita.
Devia ter dito que ele era a continua¢ao de um outro, que me fora enviado pela minha grande amiga Manuela Barroso, autora dos blogues Anjo Azul, Sabores de Anjo Azul e Reflexoes Floridas, minha colega de curso, autora de livros e ótima poetisa.
Tudo come¢ou quando me enviou este texto:

O tempo leva as saudades
das nossas memórias
E foge,
veloz como o vento,
levando todas as histórias
do meu pensamento.
.....


Desafiou-me para continuar e eu considero isto como se estivéssemos a cantar, ora uma, ora a outra.

Continuei assim:

E o que fa¢o agora
Sem meu substrato,
Sem ter as saudades,
Sem ter as memo'rias?
Nao posso, sequer,
Rever meu passado
Nem contar histórias.


Veremos até  onde irão  estas histórias feitas de memórias.

Beatriz Bragança
Tela: Donald Zolan



terça-feira, 7 de maio de 2013

DESAFIANDO BARROSO





Respondendo a uma proposta.

E o que fa¢o agora
Sem meu substrato,
Sem ter as saudades,
Sem ter as memórias?
Nao posso sequer
Rever meu passado,
Nem contar histórias.

Beatriz Bragança