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sábado, 31 de agosto de 2013

MINHO/DOURO LITORAL

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Diz a minha grande amiga MANUELA BARROSO (MINHO):

Laçarote na cabeça
e de vestido bordado
com flores e coelhinhos,
o cabelo em desalinho
e as bonecas ao lado.

Continua BEATRIZ DE BRAGANÇA (DOURO LITORAL):

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Também usei laçarote,
Os cabelos penteados,
E vários bibes bordados,
P'ra ter vestidos cuidados;
E brinquei com as bonecas

Só ao Domingo,ajuizai,
Porque uma era espanhola,
Oferecida por meu pai.
Sua cabeça virava,
Olhos: abria e fechava.

Se lhe desse a mão, andava
E, comigo, passeava.
Era linda e bem vestida.
Numa alegria incontida,
Guardei-a num gavetão.

Ainda existe,está deitada.
Conserva-se como então,
P'ra minha satisfação.

MANUELA BARROSO:

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Ah e agora me lembro
aquelas bonecas de gesso
pintadas da cor da carne!
Eram de papelão feitas
e tinham tal formosura
que já tê-las era fartura!

O pior vinha depois
quando caía a tardinha:
mal o sol se escondia
sobe Né para a salinha

E lá ficava a boneca
esquecida no jardim
e vinha o orvalho da noite
ou a chuva miudinha
amolecia o brinquedo
que era parte de mim!

Agora
era um pedaço inerte
sem as formas definidas.
Sem ela nada mais me diverte.
E assim é com a vida
Somos pedaços de gente
esvoaçando sorrisos
mas vem o sol da noite
e somos gesso caído!





quarta-feira, 21 de agosto de 2013

DUETO NACIONAL

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MANUELA BARROSO

Penduradas nas latadas
sorriam as uvas pretas
contrastando com os lilazes
na sua cor violeta.

BEATRIZ DE BRAGANÇA

No meu quintal,as latadas
De uva preta,branca e rosa
Passavam de uva a vinho,
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E eram engarrafadas
P'ra renderem dinheirinho.

Também se vendia à pipa,
E era certo o comprador
O branco era qual «Champagne»
P'ra muito apreciador
Que tenha quem o acompanhe.

Havia uma uva branca
Chamada «dedos de dama».
Saborosa e rijinha,
Muito,muito compridinha
E daí lhe vinha a fama.

Era uma uva de mesa
Tal como as de cor de rosa:
Muito doce,com certeza,
Além da sua beleza
E da sua cor formosa.

MANUELA BARROSO

Nessa quinta tão prendada
e tão pertinho do Douro
não admira que as damas
tivessem dedos de ouro.

Verdes eram os meus cachos,
no meu quintal do Minho,
caindo em lágrimas verdes
de uvas e vinho branquinho.

Das quintas vinham as pipas
em grandes carros de bois
era uma festa das rijas
o pior era depois:

Trasfegado o vinho verde
e mais delícias das quintas
era agora matar a sede
dos bois,mortos de fadiga
enquanto, deitada na rede,
ainda não pensava na «vida».

Hoje
tudo é passado
ontem
tudo era curioso
amanhã
tudo será ou não
agora
nem certo,nem duvidoso.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

DUETO INTERNACIONAL

BEATRIZ

Rio Douro
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Sou natural de Sardoura,
Que é no Douro Litoral.
Nasci bem perto de um rio,
Que é internacional,
Pois vem lá do Urbion
E tem foz em Portugal.

Tem um caudal lamacento,
Nunca se lhe vê o fundo
P'ra muitos foi um tormento...

DORLI
LUA SINGULAR

BOTELHOS,Minas Gerais
Apesar de gostar das praias do Brasil,
Fui nascer escondida nas montanhas,
Nas alvas águas quentes ao natural,
Entre matas e belas árvores frutíferas,
Botelhos, Minas Gerais,sem canavial,
Hoje vivo na terra da cana, Palmeiras.

BEATRIZ

Palmeiras e bananeiras,
Abacates,canaviais,
Embora mais brasileiras,
Encontram-se nos quintais
Do casarão dos meus pais,
Que é longe por demais.

Temos de usar transporte
Para chegar até lá.
Leva uma hora,com sorte.

DORLI

Os abacates e os canaviais,
Nós temos só nos arredores,
Nos quintais tem nada mais,
Só piso frio nos corredores.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

MANUELA e BEATRIZ

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MANUELA

Ah e os morangos escondidos
nos valados do quintal
faziam as minhas delícias
no passeio matinal.

BEATRIZ

Lá em casa, os morangueiros
Davam frutos bem mimosos.
Todos eram lambareiros,
Mas só podiam provar
A sobremesa,ao jantar.

Com «chantilly» ou açúcar,
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Eram de chorar por mais
Mas outra fruta que havia
De bom grado se comia:
Era boa por demais.

O «chantilly» era feito
Com leite do nosso gado.
Nossa Vóvó tinha jeito:
Era manteiga,eram natas,
Tudo p'ra nosso proveito.