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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

BOAS FESTAS

A todos os amigos, seguidores ou simplesmente visualizadores do meu blogue desejo muito Boas Festas, na companhia de quem mais amam.
Que 2018 seja o Ano em que todos os vossos sonhos se tornam realidade.
Votos de muita Saúde, Paz, Harmonia e Prosperidades.

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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

APELO

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Ouve-me!
Pelo menos desta vez,
Em que a brisa está teimosa,
E tudo abana em redor.

Ai!
Que se o seu movimento
Acabasse o teu tormento,
Eu prometia-te a Lua!

Acredita,
Ela iluminaria
O teu interior florido,
Um bom porto, onde me abrigo.

Vês?!
É outono, e quem diria,                               
Que estas folhas rendilhadas,
Constantemente abanadas

Nos juntam!!!
Levam daqui para aí
As minhas fragilidades
À mistura com saudades;

E trazem
Um sabor a maresia,
O som de uma melodia,
Que esse teu sentir me dá.

Acorda!
A Luz sorri para nós.
Aperta bem estes laços
E sente só meus abraços.

sábado, 21 de outubro de 2017

DIVAGANDO!

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Passando o meu olhar, extasiada
Neste jardim pequeno, mas que encanta
Fico horas e horas deslumbrada
Com a variedade e a beleza tanta!

E sinto as minhas mãos amaciadas,
Como folhas, que protegem a flor
E o contraste de cores, tão alargadas
Faz-me sentir um grande, grande amor...

...À Natureza, que me atrai, por norma:
São cravos, avencas, trepadeiras,
Cada qual com mais bonita forma
E todas, para mim, tão verdadeiras!

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Com elas falo, e rio, e, se me entendem,
Porque a cada dia é uma surpresa,
Sinto uma simbiose:- O que pretendem?
-Pergunto eu, mais que elas, indefesa.

Tão gratificante é vê-las crescer,
Desabrochando perante os meus olhos,
Que eu já nem sei mais o que fazer,
Sempre a afastar-lhes todos os escolhos.

E é verde, rosa, branco, avermelhado,
E uma profusão de amarelo!
Ao ver, perante mim, tudo orvalhado,
Cada manhã é um momento belo!

E os cravos a abrir, - oh! que consolo!
Coroando toda a cerca que os segura
São a cereja no topo do bolo
A trazer sempre muita formosura.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O MEU CANTO

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Um lugar sereno,
Ameno e saudoso
Recorda um passado,
Que foi tão ditoso!

Tenho fome e sede
Daqueles momentos:
A família unida,
Só bons pensamentos.

Risos de criança,
A visão da mãe,
Estão cá na lembrança
Vou vivendo bem.

Com força e com luta,
Muita distracção,
Gosto de labuta
E alguma atenção.

O meu pai, ao lado,
Sempre a acompanhar-me:
É este o meu fado,
Bem cheio de charme.

E os dois conversando,
No nosso cantinho,
Lá vamos levando,
Bem devagarinho.

De manhã, o Sol beija
O meu doce lar.
À noite, o satélite
Traz-nos o luar.

E a brisa, que ondula
Meu belo jardim,
Chega-me à medula
E eu fico assim:

Em êxtase, ou triste,
Porque o tempo passa,
Mesmo p'ra quem insiste
E os nós não desfaça.




sexta-feira, 18 de agosto de 2017

RECORDANDO

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- Sabes que lembranças tenho do meu pai? (Esta pergunta era-me colocada imensas vezes.) E continuava:
- Sentada no seu colo, enfiava os meus dedinhos nos seus lindos caracóis e, com ele, brincava.
E prosseguia:
- O meu pai, enternecido, ficava horas a fio assim, comigo... E éramos tão felizes!!!

Comovida, eu, continuava a ouvi-la, embora este diálogo se repetisse, vezes sem conta, era eu muito menina e ela ainda jovem.
Agora, como eu a entendo!
Também tenho vontade de estar sempre a repetir como foram certas situações que, juntas, felizes vivemos.
Seu pai faleceu com uma terrível pneumonia, tinha ELA três anos de idade.
Três anos de idade!!!
Décadas depois, a saudade ainda imperava, embora as recordações fossem poucas.
Três anos de idade!!!

E continuava:
- Ele estava sempre bem disposto e sabia muito bem tocar violão. Na proa do seu barco, rio Douro abaixo, trazendo o vinho fino (vulgo - vinho do Porto) para as caves em Vila Nova de Gaia, tocava e cantava alegremente. E quando a frota dobrava aquela curva à esquerda, junto à foz do Tâmega, bem perto da nossa casa, a minha mãe dizia:
- Lá vai o vosso pai com mais um carregamento! Não tarda, passará uns belos dias connosco.

O frio do Alto Douro ( ou o intenso calor), a viagem na proa do barco, muitas saídas para os areais, onde juntas de bois das quintas ribeirinhas ajudavam a puxar a frota e a aliviar os remadores, tudo isso culminou na sua fulminante doença.

E eu, tenho a sensação de estar a «ver» aquela «bébé», no colo do seu pai, a entreter-se com os seus cabelos anelados.

domingo, 25 de junho de 2017

LOAS

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Calma, bem bonita,
E muito arranjada
É uma Mãe catita,
E preocupada.

Recordo-me bem
Que a sexta primeira
Dedica ao Além.

E leva os seus filhos,
Que não são cadilhos
Até à Matriz,
Bem longe de casa!

Um hábito bom,
Que nos incutiu
Temos o perdão,
Para nós sorriu.

Sentimos o zelo,
O Amor, devoção.
Tudo era tão belo!
Que recordação!

Agora partiu,
Mas deixou sementes.
Vão frutificar
Cá nas nossas mentes.

Só lembranças boas
Eu guardo da Mãe,
Que merece loas
Mais do que ninguém.

terça-feira, 23 de maio de 2017

MEU AMOR

Uma filha desejada
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Por mim sempre muito amada
Festeja quarenta anos!

Uma data a não esquecer
Que eu queria celebrar
Com todo o meu bem - querer
P'ra te fazer recordar.

A vida é maravilhosa
Apesar dos desenganos
E para ti, minha rosa,
Só votos de muitos anos.

Todas as felicidades
Te rodeiem, neste dia,
Com tuas duas beldades
Proporcionando magia.

Estarei contigo no peito,
Na alma, no coração.
Já que não é d'outro jeito
Conta c'o a minha paixão.

Sê feliz, protege as duas
São princesas, indefesas,
E aqui, deste mundo cão,
Quero que saiam ilesas.


Um grande abraço e um beijo,
Neste dia especial,
Tudo de bom te desejo
Pois hoje é o teu natal.

(Em 26 de março de 2017)

sábado, 25 de março de 2017

MÃEZINHA


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Quando menos pensamos, a nossa vida transforma-se de uma maneira absolutamente brutal!
Foi o que aconteceu comigo e me deixou diferente, até sem vontade de escrever. Porém, e apesar de ter consciência da total falta de valor literário e/ou poético, tive, hoje, vontade de publicar esta prosa versificada, que  saiu bem do fundo do meu coração.

AMIGAS e AMIGOS, agradeço, desde já, a vossa compreensão.

Estava tão tranquila,
Respirava bem,
Deixei-a dormir.
Sereno, o meu bem!

Noção do dever,
Um'hora mais tarde,
Me fez acordá-la,
Levantando, a medo,
Sua cabeceira.

Bebeu água espessa,
Comeu a farinha,
Estava controlada
A minha mãezinha.

Festejava, então
Seu aniversário:
Parabéns da filha,
Marido e da neta.

Bisneta também
Se fez  bem presente.
Todos lhe cantámos,
Parecia feliz!

Só faltava mesmo
Abrir as prendinhas
E fazer a festa:
Fiz-lhe essa promessa.

Já não a cumpri!

Quis ir para o Céu,
Festejar por lá.
Deixou-nos, Deus meu,
A carpir por cá.

A presença da minha mãe igualava-se à recepção de um presente diário, acreditem!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

ESTUDANDO ARISTÓTELES E A POESIA

CEDIDO

Este é o quinto excerto de um artigo escrito pelo meu pai.

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 «Segundo Platão, o mundo físico é a sombra ou a paródia das ideias. Em Aristóteles, é a sua realização... Desta concepção fundamental na filosofia aristotélica, em diametral oposição ao idealismo de Platão, deriva, como forçoso corolário, a total contradição entre os métodos seguidos pelos dois egrégios sabedores.

Platão, apegado ao ideal e supra-sensível, revoa em regiões inacessíveis ao mundo fenomenal, e constrói todo o saber pela energia dialéctica do espírito. Aristóteles, ao revés, no seu trabalho filosófico, parte do real e do sensível para elevar-se destes postulados da experiência até à noção do universal.» Latino Coelho, Demóstenes, Oração da Coroa, Lisboa, 1922 (4ª edição)

Segundo Newmann, Aristóteles - acusado, por vezes, de materialista, por causa dessa diferença - admite a actividade idealizante do artista.

Segundo Ritter, o objecto da arte, para Platão, é a reprodução da realidade.

Fouillée, um dos melhores intérpretes de Platão, falando da «poietikès»,distingue entre arte de criação e arte de imitação. Enumera, depois, dois modos de imitar: a imitação das Ideias eternas e a dos objectos perecíveis.
Para o criador do idealismo realista, o Belo, fim do amor, é o esplendor do Bem. Superior à verdade e à ciência, o Belo só teria acima de si a ideia do bem, se não chegasse mesmo a confundir-se com ela. O que não sucede. Porque, se todo o belo é bom, a Beleza não é todo o Bem; é, antes, um aspecto, uma manifestação dessa ideia. A beleza é irmã da proporção e da verdade e filha do Bem - continua Fouillée. Filha primogénita, se se aceitasse a figura. Em suma, se o Bem é Deus, a beleza é a manifestação suprema do mesmo Deus. A beleza concreta, não obstante ser a natureza uma sombra das realidades ideais, contém todos os caracteres da verdadeira beleza.
O mundo é belo, porque a Bondade suprema (Deus) o fez semelhante a si. A beleza do homem é a virtude. Fouillée, A., La Philosophie de Platon, Paris, 1929 (2ème édition) tom.II, p.15 ss.
Mas lê-se na «República»: «os ditirambos, as comédias, as tragédias são imitações» in Platão, República, lib.III. 394 B-C; 395 B Contudo, o objecto de arte, em Platão, não é a imitação servil da realidade. A não ser que falemos da realidade platónica. Platão rejeita precisamente certa poesia por ir contra a realidade (platónica). O objecto de arte, para o filósofo divino, é, como interpreta o citado autor francês, não o prazer ou a simples imitação da natureza, mas a expressão de um ideal de beleza. A imitação dos objectos não passa de um meio; e o prazer é um resultado que só tem valor pelos sentimentos a que dá origem..

Também Aristóteles divide a poesia em razão do carácter próprio dos autores: os de alma elevada (refere-se, aqui, à poesia primitiva) acções belas e acções de homens de mérito; os autores vulgares imitavam acções vis, compondo infâmias como outros compunham hinos e elogios. «A poesia - escreve o Filósofo na «Poética» - é mais filosófica e dum carácter mais elevado do que a história; porque a poesia narra de preferência o geral, a história o particular. O geral, ou seja, que tal ou tal espécie de homem dirá ou fará tais ou tais coisas verosímil ou necessariamente; (...) Aristóteles, op.cit..1451 b. 5-10

Assim o compreendem Turner- (Turner, W., Storia della Fil., Vicenza 1935 (trad. G. Trinko), quando fala de Aristóteles), Newmann- (Newmann, Dr. E., Estética Contemporânea, Coimbra 1930, ed.3ª, Trad.L.F. dos Santos, ofm-p.4) e Hardy- (Arist., op.cit., p.CCCLXXIX ss.

J.E.Santos - meu pai